Director de rádio em vias de ser expulso do Chade

As autoridades do Chade prenderam a 25 de Setembro Tchanguis Vatankah, director da Radio Brakos, e pretendem, segundo fontes locais do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), expulsá-lo do país.

O jornalista tem nacionalidade iraniana, vive há várias décadas no Chade e é casado com uma cidadã chadiana, mas o seu estatuto legal é incerto, o que poderá servir como desculpa para fundamentar a eventual expulsão, ao que tudo indica motivada por questões relacionadas com trabalho jornalístico.

A Radio Brakos é conhecida pelas suas reportagens críticas e foi mesmo suspensa entre Maio e Agosto, até que o Alto Conselho da Comunicação levantou a proibição mas exigiu que Tchanguis Vatankah deixasse de ser director da estação.

Para tentar encontrar um compromisso com as autoridades locais que permitisse que Tchanguis Vatankah continuasse ligado à estação, organizações de média de N’Djamena enviaram uma delegação a Moissala na passada semana, tendo o jornalista sido preso um dia depois do regresso desse grupo à capital do Chade.

Esta não é a primeira vez que Tchanguis Vatankah é alvo das autoridades locais de Moissala, uma vez que em 2004 foi detido e agredido às ordens de um funcionário do governo local, depois de ter entrevistado em directo um líder da oposição.

Desse ataque resultaram problemas de saúde que ainda hoje afectam o jornalista, que também já recebeu ameaças de líderes tradicionais e de militares locais.

Três jornalistas libertados

Os jornalistas Garondé Djarma, Michaël Didama e Sy Koumbo Singa Gali foram entretanto libertados a 26 de Setembro por decisão do tribunal de recurso de N’Djamena, após terem passado várias semanas na prisão por acusações relacionadas com o seu trabalho.

Enquanto Michaël Didama viu a sua pena reduzida ao mês e meio que já tinha cumprido na cadeia, Garondé Djarma e Sy Koumbo Singa Gli foram libertados devido a irregularidades processuais – um destino idêntico ao de Ngaradoumbé Samory, um quarto jornalista a quem tinha sido concedida liberdade condicional a 8 de Setembro.

“Sinto uma mistura de alívio e raiva, pois o veredicto do tribunal de recurso mostra que estas detenções foram arbitrárias”, afirmou ao Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) Evariste Toldé, dirigente do sindicato de jornalistas do Chade, uma organização que levou a cabo uma semana de protestos pela detenção dos quatro jornalistas.

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