Diários dos EUA estão a ficar mais pequenos

Além de estarem a encolher as redacções, os diários norte-americanos têm vindo a reduzir no número de artigos, de páginas, de secções e no tamanho das notícias, revelou um estudo conduzido por Tyler Marshall para o Projecto para a Excelência no Jornalismo do Pew Research Center.

O estudo – intitulado “The Changing Newsroom” – foi realizado entre 29 de Janeiro e 29 de Fevereiro, antes de grupos como o Tribune e o McClatchy terem anunciado reduções drásticas nos seus títulos, e relata ao longo de 57 páginas os efeitos dos despedimentos e das dificuldades financeiras da indústria sobre as redacções.

A crise tem afectado os grandes títulos de forma mais evidente, motivo pelo qual mais de metade dos editores destes jornais esperam que o próximo ano seja marcado por mais despedimentos. Nos jornais mais pequenos só cerca de um terço dos editores prevê reduções nas redacções.

De acordo com o estudo, as vítimas mais frequentes dos cortes nas redacções são os revisores, mas os fotojornalistas e os jornalistas também não escapam, com a maioria dos editores a lamentar a perda de grande parte dos seus jornalistas veteranos nas sucessivas remodelações internas de que os títulos têm sido alvo.

Com o número de jornalistas e de páginas de jornal a encolher, as notícias internacionais têm tido cada vez menos espaço nos diários, algo que também acontece com a crítica das artes e as secções de ciência.

Intocável parece ser o jornalismo de investigação, considerado por nove em cada dez editores como “absolutamente essencial”. Nos grandes jornais, cerca de metade dos entrevistados garante ter aumentado o número de reportagens nos últimos três anos, uma percentagem que reduz para metade no caso dos títulos de menor tiragem.

Segundo o estudo, 43 por cento dos editores acredita que o jornalismo online vai salvar os seus jornais, mas uma percentagem superior, 48 por cento, encara a Internet como uma fonte de esperança e de medo, em simultâneo.

“Os editores sentem-se divididos entre as vantagem que a Web oferece e a energia que ela consome para produzir material muitas vezes de valor limitado ou questionável”, refere o estudo, pondo do lado das vantagens “a velocidade, a profundidade e a interactividade” e do outro lado “os custos que tudo isso tem em termos de rigor e padrões de qualidade jornalística”.

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