Diário sudanês suspenso por falar de jornalista assassinado

Um procurador estatal sudanês decretou a suspensão imediata do diário “Al-Sudani” depois deste ter publicado, a 31 de Janeiro, um artigo sobre o assassinato de Mohammed Taha, chefe-de-redacção do diário “Al-Wifaq”. A medida foi prontamente condenada pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).

O procurador acusa o jornal de prejudicar “os interesses públicos e a ética profissional” e de “incitar ao ódio religioso e étnico”, e justificou a suspensão ao abrigo do artigo 130 do Código de Processo Penal de 1991, de modo a “impedir qualquer influência em procedimentos que ainda estejam a ser investigados pelas autoridades”.

Segundo o CPJ, a notícia do “Al-Sudani” dizia que os acusados do crime iriam ser julgados na próxima semana e que os advogados de defesa visitaram 20 pessoas alegadamente ligadas ao assassinato de Taha que estavam na prisão Kober, em Cartum, tendo-lhes sido impossível falar com duas outras suspeitas detidas numa outra prisão.

O chefe-de-redacção do “Al-Sudani”, Mahjoub Erwa, afirma que a suspensão é “injusta” e visa apenas silenciar o jornal, motivo pelo qual o título recorreu da decisão do procurador para o Ministério da Justiça, para o Tribunal Constitucional e para o Conselho Nacional de Imprensa, a entidade reguladora do sector no Sudão.

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