Diário do Uganda reabre após pressões internacionais

O jornal ugandês “The Monitor” recomeçou a publicar-se, após ter estado suspenso durante alguns dias devido à publicação de uma notícia considerada “lesiva” para a segurança do Estado. Dois jornalistas do diário vão ser acusados, ao abrigo da legislação especial contra o terrorismo.

As pressões de organizações internacionais e nacionais dos média e defesa da liberdade de Imprensa obrigaram o Governo do Uganda a recuar, oito dias após as instalações do “The Monitor” terem sido ocupadas por forças militares, levando à suspensão da publicação do jornal.

A operação foi desencadeada por aquele diário ter noticiado a queda de um helicóptero militar no Norte do país, uma zona de conflito entre o exército do Uganda e o movimento rebelde LRA. A notícia foi considerada prejudicial à segurança do Estado e as autoridades agiram ao abrigo da lei anti-terrorismo aprovada em Maio.

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) congratulou-se com a reabertura do diário independente de Kampala, mas manifestou a sua preocupação face aos processos contra dois editores do jornal. Charles Onyango Obbo e Wanyama Wangah foram acusados por publicarem notícias atentando contra a segurança do país, por terem publicado uma falsa notícia e por terem assistido o inimigo numa operação militar.

“No caso de existirem erros jornalísticos, essa situação pode ser resolvida por vias profissionais”, disse Aidan White, secretário-geral da FIJ, acrescentando que “acusação de jornalistas é uma forma de intimidação inaceitável”. A FIJ vai exigir que as acusações contra os dois jornalistas sejam retiradas.

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