O orador foi Miguel Poiares Maduro, professor de Direito no Instituto Universitário Europeu de Florença, que contestou a ideia de défice democrático na União Europeia, frisando que o problema são as “posições irreconciliáveis” dos Estados-membros que dela fazem parte.
“A dificuldade da Europa não é responder ao que os cidadãos pensam, é conciliar as suas preferências”, frisou o ex-ministro.
Para Poiares Maduro, o risco de desintegração e fragmentação da União Europeia é real, mas, sublinhou, a resposta ao Brexit (saída da União Europeia por parte do Reino Unido) foi, para já, “maior coesão entre Estados”.
Por outro lado, existe também um risco de “fragmentação interna”, que é como se fosse “uma saída seletiva” da União Europeia, em que países como Polónia, Hungria, Roménia, Malta, Eslováquia estão a fazer “desvios em relação princípios fundamentais, como o Estado de Direito”.
Poiares Maduro defendeu ainda que o financiamento da União Europeia devia ser assegurado por recursos próprios e não estar dependente de contribuições nacionais.
No comentário crítico à “aula” dada por Miguel Poiares Maduro, Ricardo Alexandre, jornalista e diretor adjunto da TSF, sublinhou que a diversidade dos Estados-membros por vezes não encontra reflexo no seio da União Europeia, como foi o caso do euro, que seguiu um modelo imposto que só servia a um país, a Alemanha.
A meses das eleições europeias, o jornalista frisou que já não se trata apenas do confronto tradicional esquerda/direita, mas também entre democrata/não democrata e pró e anti-Europa.
Sublinhando que, nesta era, “podemos passar a vida a ler apenas opiniões coincidentes com a nossa”, o jornalista recordou como as redes sociais e os algoritmos alimentam a polarização e apelou aos futuros jornalistas, na assistência, para que se questionem e deixem desafiar por outras ideias.
Sobre o imposto digital às grandes multinacionais, como Google e Facebook, o esforço deve ser europeu, sim, mas cada país deve ir fazendo o seu caminho.
No segundo comentário crítico, Marta Matias, estudante de Jornalismo, realçou que, ao contrário do que se diz, os jovens portugueses manifestam um forte “sentimento europeu”, mas reconheceu que “é preciso uma maior consciência sobre a União Europeia” e dar mais voz aos mais novos.
Nas universidades, assinalou, aprende-se a história europeias, mas não como a União Europeia funciona atualmente.
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