O aumento de despedimentos de jornalistas, o encerramento de órgãos de comunicação social e as condutas governamentais de violação à liberdade de imprensa na República Dominicana estão a preocupar a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).
A situação já vem de 2003 e, segundo informações do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Imprensa (SNTP) do país, só na quarta semana de Janeiro perderam o emprego 73 jornalistas e outros profissionais dos média do jornal “El Caribe” e da “Cadena Nacional de Noticias” (Canal 37).
O jornal e a estação televisiva são pertença do Grupo Financiero Popular que, com aquela saída de trabalhadores, eleva para 233 o total de trabalhadores despedidos das
suas empresas nos últimos meses. O final de Janeiro não traz melhores notícias, pois esta semana 11 jornalistas perderem o emprego no “Diario Libre”, também na República Dominicana.
A situação que agora se vive “pode agravar-se, se se cumprirem os anúncios do Grupo Corripio de unificar dois canais, reduzindo para metade o número de trabalhadores”, declara a FIJ, para quem “a sociedade dominicana e os jornalistas estão a pagar o preço da excessiva concentração dos órgãos de comunicação em poucas mãos”.
Recorde-se que outra onda de despedimentos tivera lugar em 2003, quando a queda do Baninter, o primeiro banco do país, conduziu ao fecho de portas dos jornais “La Nación”, “El Siglo”, “Ultima Hora”, “El Financiero” e “El Expreso”, além de diversos programas de rádio e televisão.
O periódico “La Noticia” também encerrou em 2003 e, já este ano, foi impedida a difusão do popular programa “El Poder de la Tarde” da emissora “Cielo FM 103.7”, por ordem de um grupo financeiro em resposta a pressões governamentais.
Face a isto, a FIJ diz apoiar as acções que o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Imprensa realize para assegurar o direito à liberdade de informação no país, a defesa dos postos de trabalho dos jornalistas e o pagamento de indemnizações justas aos trabalhadores despedidos.