Despedimentos em massa no serviço público húngaro

Na última semana, foram despedidos mais de 570 dos 3400 profissionais das quatro empresas públicas de comunicação social da Hungria e a razia vai prosseguir esta semana nos estúdios regionais de cinco grandes cidades, prevendo-se uma nova vaga que afectará centenas de pessoas no Outono.

A Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) e a Organização de Média do Sudeste Europeu (SEEMO), que já manifestaram publicamente a sua preocupação, desconfiam que alguns casos poderão ter “motivos políticos” e destacam que, em geral, os jornalistas afectados têm mais de 50 anos, o que acarretará uma perda de experiência e de memória.

Segundo o presidente do conselho de administração da emissora pública húngara, há muitos funcionários bem pagos que não produziram quaisquer programas nos últimos um ou dois anos, um argumento rejeitado pelas organizações de jornalistas, que exigem um processo de despedimento transparente caso o contexto financeiro da emissora impeça um financiamento seguro e suficiente a nível de recursos humanos e programação.

“As coisas deviam funcionar ao contrário: em vez de cortarem recursos e queixarem-se do declínio dos programas, a responsabilidade das autoridades é assegurar o financiamento dos media públicos precisamente para apoiar o jornalismo de qualidade enquanto bem público”, afirmou Arne König, presidente da FEJ, comparando a vaga de despedimentos a uma purga, que ocorre dias após o fim da presidência húngara da União Europeia e num momento em que nova lei dos media já está em vigor.

Como forma de protesto por esta situação, diversas organizações de jornalistas vão levar a cabo uma greve de solidariedade amanhã, 13 de Julho.

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