A Administração do jornal gratuito “Metro” pretende despedir 19 trabalhadores, oito dos quais jornalistas, denuncia o Sindicato dos Jornalistas (SJ) num comunicado divulgado hoje, 03 de Julho, em que manifesta a sua apreensão face a mais este despedimento colectivo e a solidariedade do SJ para com os atingidos pela medida.
O comunicado recorda que o jornal se insere num grupo internacional – a Metro News, proprietária do Destak e do Meia Hora –, que “deve assumir inteiramente as suas responsabilidades e não descartar-se de trabalhadores quando as alegadas dificuldades lhes batem à porta”.
É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:
SJ solidário com jornalistas no “Metro”
1.A Administração do jornal gratuito “Metro” comunicou hoje a 19 trabalhadores, oito dos quais jornalistas, a intenção de proceder ao seu despedimento colectivo, num acto que suscita as maiores apreensões e a solidariedade do SJ para com os atingidos pela medida.
2.A intenção abrange oito jornalistas, ou seja, mais de 66% da Redacção da publicação – excluindo o director –, o que significa que a empresa pretende sobrecarregar ainda mais, e injustamente, a reduzida equipa que vai permanecer no projecto.
3.Por outro lado, é inegável – e a edição de hoje, a título de exemplo, comprova-o – que a empresa não se pode queixar da falta de publicidade, ainda que se possa ter em conta que nem sempre o volume significativo de publicidade tenha completa correspondência em receitas, se as tabelas estiverem “esmagadas”.
4.Acresce que o jornal se insere num grupo internacional – a Metro News, proprietária do Destak e do Meia Hora, adquiriu 20% do capital da editora do Metro, estando os restantes 80% na mão da Transjornal, detida pela Holdimédia; a Metro News, controlada pela Cofina, entrou no capital da empresa um dia depois da Metro Internacional ter adquirido, por 200 mil euros, os 35% detidos pela Media Capital na Transjornal – que deve assumir inteiramente as suas responsabilidades e não descartar-se de trabalhadores quando as alegadas dificuldades lhes batem à porta.
5.Mais uma vez, o SJ insiste: não é aceitável que os grupos económicos reivindiquem o direito de explorar sinergias das suas empresas e participadas e declinem a obrigação de conferir a tais sinergias uma dimensão social, descartando-se de trabalhadores quando os seus lucros diminuem.
6.O SJ está a acompanhar com apreensão a situação na Empresa e tudo fará para defender os direitos e interesses dos seus representados, mas apela à unidade de todos os jornalistas e outros trabalhadores, para que a intenção agora comunicada seja discutida em profundidade e para sejam tomadas as medidas adequadas.
Lisboa, 3 de Julho de 2009
A Direcção