Desemprego de jornalistas agrava-se

Nos últimos cinco anos (2007-2011), deram entrada na Caixa de Previdência e Abono de Família dos Jornalistas (CPAFJ) 566 novos pedidos de subsídio de desemprego, num total de 694 processos, conclui um estudo do Sindicato dos Jornalistas (SJ) sobre o desemprego na classe, que tem vindo a agravar-se.

Só no ano passado, entraram na CPAFJ 168 novos processos, dos quais 134 diziam respeito a subsídio de desemprego, o que representou um aumento de 16,5% em relação a 2010, e 25 pedidos de subsídio social de desemprego.

O relatório tem em conta apenas os processos tratados na Caixa dos Jornalistas, desconhecendo-se dados sobre profissionais que estão inscritos nos centros regionais de Segurança Social e não na CPAFJ.

No primeiro trimestre deste ano, o número de processos atingiu quase quatro dezenas, conclui o SJ, que alerta para os efeitos negativos na vida dos jornalistas e das suas famílias, bem como para o desgaste de recursos da Segurança Social. Em média, no decénio 2002-2011, a Caixa pagou mais de 2,7 milhões de euros por ano em subsídios.

No relatório (anexo a esta notícia), SJ alerta para os efeitos negativos na capacidade das próprias empresas jornalísticas, com a erosão do capital de memória e de experiência a que conduzem sucessivos despedimentos de jornalistas, com reflexos na qualidade da informação e perda para a própria democracia.

O documento chama a atenção para o peso das grandes empresas e grupos no volume desemprego de jornalistas, destacando dez empresas ou grupos que, no último triénio, geraram cinco ou mais processos num ou mais anos.

No último ano, o grupo Cofina respondeu por mais de um quarto dos 118 novos processos gerados em 2011 pelo conjunto de dez empresas/grupos que mais têm despedido. Segue-se a Controlinveste, com 18,6%, e a Impresa (17%).

No triénio 2009-2011, o grupo Controlinveste liderou, com 29,5%, o ranking das empresas responsáveis por 342 pedidos de subsídio nesse período, sendo seguido pela Cofina (16,7%) e a Impala (14%).

O SJ adverte ainda para as condições em que ocorrem muitos despedimentos, sob a forma de rescisões ditas amigáveis, deixando uma dúzia de alertas, inclusivamente para as fórmulas de cálculo das indemnizações e para a omissão de créditos nos processos negociações, sublinhando a importância do acompanhamento jurídico e da organização sindical nas empresas.

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