Desafios aos média no rescaldo do maremoto na Ásia

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) divulgou um novo relatório sobre os desafios que se colocam aos jornalistas e aos órgãos de comunicação na cobertura das consequências do maremoto na Ásia, intitulado “Shaking our Foundations: Media and the Asian Tsunami”.

Um dos pontos destacados no relatório é a necessidade de garantir, através da imprensa, que as regiões afectadas recebam uma ajuda transparente e livre de corrupção, apesar dos meios ao dispor dos jornalistas terem sido afectados e das autoridades de alguns dos países onde a tragédia se deu – como a Indonésia ou o Sri Lanka – não terem uma cultura de liberdade de imprensa muito desenvolvida.

O relatório faz um resumo dos esforços de resposta a este desafio e sugere formas dos média desempenharem um melhor papel na supervisão dos esforços de reconstrução, garantindo jornalismo de alta qualidade e contribuindo positivamente para o futuro das regiões afectadas.

A propósito de contributo positivo, é de referir que a campanha de solidariedade com os jornalistas do Sudeste Asiático lançada pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ) em 30 de Dezembro de 2004, em resposta ao apelo da FIJ, regista até à data 1.410 euros de donativos. Quem quiser contribuir ainda o pode fazer, através da conta especial aberta no Barclays Bank, Rua Augusta, em Lisboa, com o NIB 0032.0109.00200029764.07.

Efeitos na comunidade jornalística

O tsunami de 26 de Dezembro de 2004 matou cerca de trezentas mil pessoas e atingiu uma dúzia de países.

O país mais afectado foi a Indonésia, onde o jornal “Serambi Indonesia” perdeu 51 dos seus 193 funcionários, estando ainda 70 trabalhadores dos média locais dados como desaparecidos e presumivelmente mortos, uma vez que as suas casas foram completamente destruídas.

Nas costas Norte e Leste do Sri Lanka, a onda gigante deixou os jornalistas sem casa mas também sem computadores, câmaras digitais, gravadores e telemóveis.

Profissionalmente, os jornalistas tiveram de enfrentar uma dura tarefa nos locais afectados, pois exigia-se-lhes que cobrissem a catástrofe de imediato, com grande rigor, profissionalismo e ética, ao mesmo tempo que tentavam evitar os efeitos traumáticos decorrentes da presença numa atmosfera de grande sofrimento.

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