Deputado Branquinho reafirma pressões do Governo na RTP

O deputado social-democrata Agostinho Branquinho disse ontem, 9 de Novembro, à Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) que houve telefonemas de assessores do primeiro-ministro para jornalistas da RTP com o objectivo de condicionar a informação sobre os incêndios florestais e sugeriu que se averiguassem os registos telefónicos de Agosto das pessoas em causa.

Negando que as suas acusações se insiram num contexto de luta político-partidária contra a RTP, Agostinho Branquinho sublinhou que através da consulta dos registos telefónicos será possível verificar se houve ou não conversas entre os assessores de José Sócrates e jornalistas do serviço público de televisão.

Ouvidos antes do deputado do PSD, os assessores Luís Bernardo e David Damião classificaram as acusações de que são alvo como “infundadas”, afirmando que estas se limitam a “pôr em causa a dignidade profissional das pessoas envolvidas ou pretensamente envolvidas”.

Por seu turno, os jornalistas da RTP José Alberto Carvalho, José Rodrigues dos Santos, Judite de Sousa, Carlos Daniel, Hélder Silva e João Fernando Ramos recusam ter sido alvo de quaisquer pressões.

João Fernando Ramos disse mesmo que “não é aceitável que [Agostinho Branquinho] levante uma suspeita destas sobre os jornalistas da RTP e sobre a informação da RTP e depois não concretize”, instando o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD a dizer quem lhe contou esta história, com quem se passou e em que circunstâncias se passou.

Porém, na sua audição perante a ERC, Agostinho Branquinho escusou-se a adiantar nomes, alegando que o fazia por “uma questão ética e de boa educação”, embora prometesse revelar quem são se as pessoas com quem teve as conversas permitirem a divulgação dos seus nomes.

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