Denúncias de corrupção prejudicam jornal cazaque

O bissemanário cazaque “Uralskaya Nedelya” tem sido alvo de retaliações de funcionários públicos desde que começou a denunciar, em Julho de 2006, uma série de casos de corrupção, disse ao Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) a chefe-de-redacção Tamara Yeslyamova.

Segundo a jornalista, três tipografias de Uralsk recusaram-se a imprimir o jornal depois de funcionários públicos as terem ameaçado de encerramento caso o fizessem, o que obrigou à impressão do título na região de Atyrau, onde alegadamente voltaram a ser feitas pressões sobre a tipografia escolhida, que no entanto recusou desfazer o acordo com o jornal.

“Intimidar as tipografias tornou-se uma das ferramentas favoritas para silenciar jornais críticos no Cazaquistão”, afirmou o director-executivo do CPJ Joel Simon, recordando que em Janeiro de 2006 a maior tipografia do Cazaquistão, Dauir, se recusou a imprimir sete semanários ligados à oposição por alegadas “mudanças de equipamento”.

Acresce que, a 11 de Janeiro, o “Uralskaya Nedelya” foi condenado a pagar uma indemnização de 300 mil tenge (cerca de 1850 euros) a uma empresa metalúrgica que fora acusada num artigo de usar indevidamente fundos governamentais. O dinheiro foi retirado da conta do jornal logo após a decisão judicial, o que segundo a organização Adil Soz é contrário às leis cazaques.

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