As autoridades cubanas libertaram a 15 de Fevereiro os jornalistas José Gabriel Ramón Castillo e Alejandro González Raga, integrados num grupo de quatro prisioneiros libertados por motivos de saúde e autorizados a exilar-se em Espanha.
Este gesto do governo cubano surge uma semana antes da nomeação do novo Conselho de Estado, onde Raúl Castro deverá ser confirmado como presidente, dada a renúncia do seu irmão Fidel a qualquer cargo no executivo, tornada pública no início desta semana.
Aquando da sua detenção em Março de 2003, Ramón Castillo era director da agência noticiosa Instituto Cultura y Democracia Press em Santiago de Cuba, enquanto González Raga era freelance na província de Camagüey.
Julgados à porta fechada, Ramón Castillo e González Raga receberam, respectivamente, sentenças de 20 e 14 anos de prisão por actuarem contra a independência do Estado cubano ou a integridade do seu território.
Saudando a libertação dos prisioneiros, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) revelaram no entanto muita preocupação com os 22 jornalistas que continuam presos em Cuba, na sua esmagadora maioria desde a Primavera Negra de Março de 2003.
Este número deverá decrescer em breve, caso se confirme o anúncio feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, Miguel Moratinos, de que três outros dissidentes todos jornalistas cujas famílias estão exiladas nos Estados Unidos serão libertados em breve por motivos humanitários, devendo abandonar o país.