A Comissão de Trabalhadores (CT) da Lusa manifestou-se preocupada com a sustentabilidade financeira futura da agência devido à gestão de recursos levada a cabo nos últimos anos, nomeadamente a política de contratações de chefias, que entraram para a empresa com salários muito superiores aos praticados internamente.
O alerta foi dado durante a audição parlamentar de 15 de Junho, tendo a CT frisado que entre 2005 e 2009 o salário mínimo médio na direcção de informação da Lusa aumentou 17%, enquanto o máximo subiu 98%, ou seja, quase duplicou.
Perante a mesma comissão parlamentar, o presidente da Lusa, Afonso Camões, garantiu que a agência tem tido resultados operacionais positivos nos últimos cinco anos, tendo distribuído dividendos pelos accionistas nos últimos dois, não obstante as dificuldades que o sector da comunicação social atravessa.
Em função do investimento que a agência tem feito em tecnologia, Afonso Camões esclareceu ter sido mandatado pelo conselho de administração da agência para, em conjunto com a direcção de informação, avaliar se faria sentido gastar dinheiro com delegações, chegando à conclusão de que, em Portugal Continental, deviam ser encerradas todas menos a do Porto.
O encerramento, anunciado em Janeiro, ainda não foi concretizado, mas considerando as delegações um gasto desnecessário para os contribuintes, Afonso Camões foi taxativo quanto ao tema: “Não fechámos, mas vamos fechar. É assim que eu quero e é assim que vai ser”.
Discordando do encerramento, “até por uma questão de prestígio da empresa”, a CT defende que “o valor das rendas dos edifícios onde estão instaladas é inferior ao subsídio de adaptabilidade que empresa terá de pagar aos jornalistas caso avance com a decisão”.