Conselho de Estado francês proíbe difusão da Al Manar

A difusão em França da Al Manar, televisão do movimento xiita libanês Hezbollah, foi proibida a 13 de Dezembro pelo Conselho de Estado francês, após um pedido nesse sentido do Conselho Superior do Audiovisual (CSA).

Em comunicado, a direcção da estação libanesa qualificou esta decisão como “um atentado à liberdade de expressão” e um “precedente perigoso” que se segue a uma “campanha política organizada pelo lobby sionista em França”.

“O impedimento da difusão da Al Manar e o calar da sua voz fazem-se com base no seu papel de difusora das verdades e factos ligados ao conflito israelo-árabe e por ela ser a voz da resistência contra a ocupação”, prossegue o comunicado da estação.

Ao lado da Al Manar neste protesto contra a interdição de difusão via Eutelsat estão as autoridades, partidos e órgãos de comunicação do Líbano, sendo que o presidente do Conselho Nacional do Audiovisual libanês, Abdel Hadi Mahfouz, ameaçou a 10 de Dezembro com medidas recíprocas para os média franceses que emitem para o Líbano.

Entretanto, a 14 de Dezembro, o presidente da Eutelsat, Giulio Berretta, declarou que irá cumprir as ordens do Conselho de Estado, que ordenou ao operador de tv por satélite que cessasse as emissões da Al Manar “no prazo de 48 horas e sob pena de multa de 5 mil euros por cada dia de atraso”.

Segundo Giulio Berretta, a Eutelsat já contactou a Arabsat para que retirasse a Al Manar do conjunto de estações que integram o pacote árabe cedido à empresa francesa. “Caso a Arabsat não o faça, a Eutelsat tomará a decisão de cortar a emissão aos nove canais árabes” que lhe são fornecidos, garantiu o presidente da Eutelsat.

Recorde-se que a cadeia televisiva do Hezbollah é acusada pelo CSA de não respeitar os compromissos assumidos, que incluem a proibição de incitar ao ódio ou à violência, especialmente por razões de religião ou nacionalidade, difundindo mensagens anti-semitas.

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