O jornal digital chileno “El Mostrador” foi alvo, a 27 de Abril, da apreensão dos discos rígidos de dois dos seus computadores, ao abrigo de uma lei anti-terrorismo.

A medida foi tomada pela juíza encarregue da investigação de um atentado ao consulado brasileiro em Santiago do Chile, tendo o material sido devolvido ao jornal um dia depois.

Por ordem da juíza, o conteúdo dos discos rígidos foi copiado e analisado, para averiguar a existência de um e-mail a reivindicar o atentado.

O “El Mostrador” recebeu uma mensagem nesse sentido, pretensamente do Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR), logo após o ataque, mas um dos líderes do grupo negou o envolvimento do MIR no atentado num e-mail enviado para o jornal no dia seguinte.

O caso foi prontamente condenado pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que considera que a ordem de confiscar os discos rígidos viola o direito ao anonimato das fontes, fere a liberdade de imprensa e colide com o direito dos jornalistas a manterem confidenciais os seus apontamentos e arquivos.