Conferência em Doha: solidariedade com a Al Jazeera

Encontro “Liberdade de expressão: lidar com a ameaça”, no Qatar, foi oportunidade para demonstração contra o encerramento da cadeia de televisão, exigido por quatro países árabes. Sofia Branco, presidente do SJ, foi porta-voz dos jornalistas europeus no discurso solidário.

Os participantes na conferência “Liberdade de expressão: lidar com a ameaça”, organizada pelo Comité de Direitos Humanos do Qatar, pela International Federation for the Protection of Journalists e o International Institute of Journalism e que contou com duas centenas de presenças, entre organizações internacionais, regionais e não governamentais, deslocaram-se à Al Jazeera para manifestar solidariedade com os trabalhadores da cadeia de televisão que tem sede em Doha, no Qatar.

Entre os vários porta-vozes estava a presidente do SJ, Sofia Branco, que, em nome dos jornalistas europeus, transmitiu solidariedade aos camaradas da Al Jazeera.

“Quando um jornalista ou um meio de comunicação são atacados, somos todos atacados. Isto não é sobre a Al Jazeera, isto é sobre liberdade de expressão e de imprensa, é sobre diversidade na comunicação social, é sobre o direito das pessoas a uma informação plural e independente”, frisou.

“Em tempos ameaçadores como estes que vivemos, é crucial que nós, jornalistas, e todos os defensores da liberdade de expressão, nos mantenhamos unidos, aqui e em todos os outros lugares do mundo onde o jornalismo, e os jornalistas, estão sob ataque”, apelou. “O futuro dar-nos-à razão”, acrescentou.

A visita à televisão foi rápida, de forma a que não fossem perturbados os trabalhos em curso, mas houve tempo para empunhar cartazes que exigem liberdade de imprensa.

Recorde-se que a Arábia Saudita, o Bahrain, os Emirados Árabes Unidos e o Egipto cortaram relações diplomáticas com o Qatar, no passado dia 5 de junho, acusando este país de incentivo ao terrorismo, desestabilização da região e aproximação ao Irão. Entre as exigências para o reatamento do relacionamento foi colocado o encerramento da Al Jazeera. O Qatar tem rejeitado seguir essa indicação.

Foi a partir daquela espécie de ultimato que se gerou uma onda “em defesa da liberdade de expressão e de imprensa”, no âmbito da qual foi decidido realizar a conferência em Doha.

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