Desmantelar o sistema de censura e substituí-lo por um sistema de responsabilidade legal é a proposta avançada por 23 membros seniores do Partido Comunista chinês numa carta que foi publicada no portal informativo Sina.com, noticiou o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).

Com o título “Relativamente ao Estado Actual da Liberdade de Expressão e de Imprensa no Nosso País”, a carta discute abertamente o papel do Departamento de Propaganda Central no controlo do fluxo noticioso, criticando de forma dura o recurso à censura e acusando-a de ser “uma mão negra invisível” que muitas vezes se coloca “acima do Comité Central do Partido Comunista e acima do Conselho de Estado”.

A carta desta semana surge mais ou menos na mesma altura que a proibição governamental das notícias sobre o Prémio Nobel da Paz atribuído a Liu Xiaobo e, segundo Bob Dietz, do CPJ, tem uma “interessante simetria” com este caso, uma vez que o mais recente Nobel da Paz foi detido em Dezembro de 2008, um dia antes de publicar um manifesto em que exigia liberdades civis, independência judicial e o fim do controlo do Partido Comunista sobre o aparelho estatal.