Comunicado conjunto dos sindicatos da RTP

O presidente do Conselho de Administração da estação pública vai auferir um salário de 10 mil euros, muito acima daquele que recebia o anterior detentor do cargo e daquele que ganha o primeiro ministro de Portugal.

Foi hoje publicado em Diário da República o pedido de “exceção salarial” do Presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis, assim como do administrador Nuno Artur Silva.

Pelo despacho N. 3828/2015, Gonçalo Reis passa a auferir um salário de 10 mil euros, valor muito acima daquele que recebia o anterior detentor do cargo e daquele que ganha o primeiro ministro de Portugal.

A situação de “exceção” já seria grave por si só. Mas torna-se ainda mais insultuosa quando todos sabemos o que tem acontecido na RTP nos últimos anos e continua a acontecer. O Conselho de Administração mantém-se empenhado em cortar nas remunerações dos trabalhadores e na verba adstrita ao Acordo de Empresa.

Os sindicatos representativos dos trabalhadores da RTP negoceiam, sem tréguas, há 2 anos um processo de renovação do Acordo de Empresa, complexo e profundamente desgastante.

No espaço de meses, assistimos a aumentos adicionais de custos com as remunerações dos elementos do Conselho Geral Independente – que viria para a RTP em suposto “Pro-Bono” mas que afinal é remunerado a 500 euros por membro e por reunião – e, agora, com os aumentos nas remunerações dos atuais elementos do Conselho de Administração.

Basta conhecer um pouco da realidade quotidiana da grande generalidade dos trabalhadores da RTP para saber que será muito difícil aos Sindicatos aceitar mais esta “exceção”.

Quem sempre fala de “sacrifícios em nome da viabilidade financeira da empresa”, não pode agora pedir para si próprio uma “exceção”.

Ou será que são só os administradores que têm casa para pagar, filhos para alimentar e compromissos para cumprir?

É preciso MORAL, BOM SENSO e COMPETÊNCIA

Os Sindicatos da RTP.
SJ, STT, SMAV, SINTTAV, SITIC, SICOMP, FE

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