Cobertura do Katrina domina os Pulitzer

A cobertura dos efeitos da passagem do Furacão Katrina por Nova Orleães dominou a 90ª edição dos prémios Pulitzer, cujos vencedores foram divulgados a 17 de Abril e que receberão o galardão a 22 de Maio, numa cerimónia a realizar na Universidade de Columbia.

O Prémio de Serviço Público coube às redacções dos jornais “The Sun Herald”, de Biloxi, no Mississippi, e “The Times-Picayune”, de Nova Orleães, na Louisiana. A equipa deste último título mereceu ainda o prémio de Reportagem de Actualidade, igualmente pela cobertura à passagem e efeitos do furacão.

O Prémio de Reportagem de Investigação coube a Susan Schmidt, James V. Grimaldi e R. Jeffrey Smith, de “The Washington Post”, distinguidos pela exposição de um caso de corrupção no Congresso norte-americano, envolvendo o lobbista Jack Abramoff.

Também pertencentes à equipa de “The Washington Post”, David Finkel e Dana Priest receberam, respectivamente, o prémio de Reportagem Explicativa e Reportagem de Rua: o primeiro pela forma como escreveu acerca das tentativas do governo dos EUA para instalar a democracia no Iémen; e a segunda pelos seus artigos acerca de prisões secretas e outros aspectos controversos da campanha contraterrorista da administração Bush.

Quanto ao eterno rival “The New York Times”, os seus jornalistas Joseph Kahn e Jim Yardley viram premiadas as reportagens sobre a estranha justiça chinesa, enquanto James Risen e Eric Lichtblau dividiram com as equipas do “The San Diego Union-Tribune” e do “Copley News Service” o prémio de Reportagem Nacional.

O galardão de Melhor Feature coube a Jim Sheeler, do “Rocky Mountain News”, de Denver, Colorado, pela história de um major dos Marines que ajuda as famílias de camaradas mortos no exercício das suas funções no Iraque.

Os artigos de opinião sobre o genocídio em Darfur, no Sudão, valeram a Nicholas D. Kristof, do “The New York Times”, o prémio de Comentário, enquanto Robin Givhan, do “The Washington Post”, recebeu o galardão para a Crítica devido à forma como transformou textos de crítica de moda em crítica cultural.

Rick Attig e Doug Bates, do “The Oregonian”, de Portland, foram distinguidos por editoriais acerca de abusos num hospital psiquiátrico, enquanto Mike Luckovich, do “The Atlanta Journal-Constitution”, recebeu o prémio reservado aos cartoonistas, pela forma simples, mas incisiva, com que aborda a realidade.

Os prémios Pulitzer na área da Fotografia couberam à redacção do “The Dallas Morning News”, pelas fotografias do caos e pânico em Nova Orleães após o Katrina, e a Todd Heisler, do “Rocky Mountain News”, pelo seu olhar de bastidores sobre os funerais dos Marines do Colorado mortos no Iraque.

Nas categorias não-jornalísticas, o júri premiou o livro de Ficção “March”, de Geraldine Brooks, e distinguiu o livro de poesia “Late Wife”, de Claudia Emerson, e o concerto para piano “Chiavi in Mano”, de Yehudi Wyner. O prémio da categoria Drama não foi atribuído.

Na categoria História ganhou “Polio: An American Story”, de David M. Oshinsky, enquanto em Biografia o vencedor foi “American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer”, de Kai Bird e Martin J. Sherwin. Em Não-Ficção Geral venceu “Imperial Reckoning: The Untold Story of Britain’s Gulag in Kenya”, de Caroline Elkins.

Foram ainda atribuídas uma menção especial ao historiador Edmund S. Morgan e uma distinção póstuma ao compositor de jazz Thelonious Monk.

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