Cinco jornalistas etíopes foram presos a 30 de Junho após a publicação de cartas dos leitores e fotografias de manifestantes descontentes com a reacção policial no período pós-eleições, noticiou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Num dos casos, o editor sénior Taye Belachew, o chefe-de-redacção Tadesse Kebede e o chefe-de-redacção adjunto Tegist Abrham, todos ligados ao semanário “Lisane Hezeb”, foram detidos pela publicação de uma fotografia que mostrava a prisão brutal de dois manifestantes no início de Junho.

Os três jornalistas foram libertados mediante o pagamento de uma fiança de mil birr (95 euros) e aguardam agora que o Ministério Público decida se vai acusá-los formalmente.

No outro caso, as autoridades prenderam Fassil Yenalem, chefe-de-redacção do “Addis Zena”, e Daniel Gezahegne, chefe-de-redacção do “Moged”, após estes terem publicado cartas de leitores que criticavam o silêncio da Igreja Ortodoxa perante a repressão policial nas manifestações pós-eleitorais. Ambos os jornalistas já foram libertados.

Apesar de nenhum dos jornalistas se encontrar ainda preso, a RSF protestou contra a “inaceitável rigidez” do governo etíope e aproveitou para lembrar que os editores de quatro semanários privados foram formalmente acusados de difamação a 28 de Junho, o que segundo a organização “impossibilita os jornalistas de trabalharem em paz”.