Um tribunal de Argel condenou, a 18 de Abril, cinco jornalistas do diário “Le Matin” a penas de dois e três meses de prisão por difamação, em duas notícias distintas sobre desvio de dinheiros.

Youcef Rezzoug e Yasmine Ferroukhi foram condenados a três meses de prisão por o tribunal considerar terem difamado Chakib Khelil, ministro da Energia e Minas, em notícias que davam conta da utilização de dinheiro públicos para comprar apartamentos de luxo a familiares e amigos do presidente. A sua prisão foi adiada porque o advogado decidiu recorrer da sentença.

Por seu lado, Abla Cherif e Hassane Zerrouky foram condenados a dois meses de prisão numa acção interposta pelo empresário Mohamed Ali Shoraffa, na sequência de notícias que implicavam este amigo do presidente Abdelaziz Bouteflika em desvios de dinheiros.

Em ambos os casos, o director do “Le Matin”, Mohammed Benchicou, foi condenado às mesmas penas que os jornalistas, o que poderá prolongar a sua estadia na prisão, onde está desde 14 de Junho de 2004 por “quebrar a lei de câmbios e movimentos de capitais”, após terem sido encontrados certificados de depósito na sua bagagem quando chegou ao aeroporto de Argel, vindo de Paris, em Agosto de 2003.

O jornalista tinha marcada para 20 de Abril uma audiência com um juiz para solicitar a sua libertação por motivos de saúde.

Opositor aberto de Abdelaziz Bouteflika, Mohammed Benchicou tem sido alvo de vários processos em tribunal, o que leva a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) a afirmar que se está perante uma perseguição, uma vez que “depois de encerrar o jornal, as autoridades continuam atrás dos jornalistas”.