Cinco editores interrogados no Nepal

Cinco editores de semanários nepaleses foram interrogados pelas autoridades depois de terem publicado páginas em branco em sinal de protesto contra a censura que se instalou no país depois do golpe de estado do rei Gyanendra.

Kabir Rana, do “Deshantar”, e Rajendra Baidh, do “Bimarsh”, foram questionados durante duas horas a 23 de Fevereiro pelo chefe da administração distrital de Katmandu, sendo libertados depois de assinarem um compromisso em como se apresentariam às autoridades sempre que fossem chamados.

O mesmo responsável interrogou ainda, a 24 de Fevereiro, Navaraj Timilsinha, do “Prakash”, Gopal Budhathoki, do “Sanghu”, e Shashidhar Bhandari, do “Hank”, e todos eles concordaram em não colocar mais páginas em branco nos respectivos jornais.

“Vamos encher os espaços com reportagens sobre assuntos sociais, mas não com política”, afirmou Gopal Budhathoki, que justificou a acção de protesto com a necessidade de dizer aos leitores que estava impedido de se expressar livremente.

Outros jornais optaram por protestar contra a censura escrevendo editoriais sobre dança clássica ou tiro ao alvo, tendo o semanário “Nepali Times” escolhido a ecologia como metáfora para a defesa dos princípios democráticos.

O chefe da administração distrital de Katmandu questionou ainda os editores dos diários “Rajdhani” e “Himalaya Times” a 16 de Fevereiro, avisando-os para que, de futuro, o avisassem antes de publicar artigos sobre a situação política.

Há ainda a registar a detenção a 21 de Fevereiro de Swagat Nepal, repórter do diário “Nepal Samacharpatra”, interrogado durante 14 horas por militares que queriam saber quais as suas ligações a publicações maoístas como a “Janadesh”.

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