Chefe militar marfinense ameaça proibir jornais

O general Philippe Mangou, chefe das forças armadas da Costa do Marfim, ameaçou a 24 de Agosto tomar medidas contra os jornais que não trabalhassem “para bem da Nação”, encerrando todos os que “continuassem a ser apologistas da violência e da rebelião”.

O chefe militar solicitou ainda que a imprensa não reproduzisse as declarações dos oficiais do exército Mathias Doué e Jules Yao Yao, que exigiram a demissão do presidente Laurent Gbagbo, e disse aos jornalistas locais que deveriam ser patriotas, confirmar bem as fontes e evitar discursos de ódio.

No mesmo encontro com a imprensa, o comandante da Guarda Republicana, Dogbo Blé Brunot, afirmou que “a Costa do Marfim está em guerra, e quando um país está em guerra, mesmo nas chamadas democracias desenvolvidas, não há liberdade de imprensa”.

As declarações dos militares marfinenses causaram preocupação ao Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) que, apesar de reconhecer a importância da imprensa marfinense respeitar a ética jornalística, especialmente num período pré-eleitoral sensível [a Costa do Marfim vai ter eleições presidenciais a 30 de Outubro], considera que “não cabe ao exército proibir ou censurar jornais”.

Partilhe