Céu Neves ganha prémio de jornalismo europeu

A jornalista portuguesa Céu Neves foi a vencedora do Prémio de Jornalismo “Pela diversidade, contra a discriminação”, atribuído pela Comissão Europeia ao trabalho jornalístico realizado nos 27 estados-membros da União Europeia que mais contribua “para uma melhor compreensão por parte do público dos benefícios da diversidade e da luta contra a discriminação na sociedade”.

Em declarações ao “Jornal de Notícias”, a repórter do “DN” revelou-se “muito feliz e orgulhosa” pelo reconhecimento dado à reportagem “Portugueses alimentam a nova escravatura da Europa”, que explora as condições desumanas a que emigrantes lusos estão sujeitos na Holanda de uma perspectiva pessoal, pois a jornalista decidiu viver essa realidade vestindo a pele de uma emigrante à mercê de flagrantes explorações laborais.

Segundo Céu Neves, o que mais a chocou na experiência que levou a cabo foi “a falta de respeito pelo ser humano”, pelo que espera que o impacto do seu trabalho não se fique pelo prémio e possa conduzir à aplicação de medidas mais eficazes de combate no terreno à exploração laboral, algo que compete parcialmente à própria Comissão Europeia, entidade promotora do prémio de jornalismo atribuído à jornalista portuguesa.

Dedicando este galardão a todos os migrantes e aos jornalistas portugueses em exercício – porque “tem-se a ideia de que se pratica mau jornalismo em Portugal e este prémio é a prova de que essa não é uma verdade absoluta” –, Céu Neves aproveitou a oportunidade para defender ainda que “os jornais deviam canalizar mais recursos para reportagens deste calibre, em detrimento de outras prioridades”.

Participaram neste concurso mais de 800 artigos, tendo o segundo prémio cabido a “Discrimination: les solutions qui marchent”, das francesas Adeline Trégouet e Marie-Madeleine Péretié (“Courrier Cadres”), e o terceiro ao trabalho “Pursued by prejudice”, do britânico William Briggs (“Scotland on Sunday”). O Prémio Especial do Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidades para Todos à jornalista austríaca Maria Sterkel, do “Der Standard”.

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