Casa de jornalista revistada na Austrália

A casa do jornalista Philip Dorling, repórter do diário “Canberra Times”, foi revistada a 23 de Setembro por sete agentes da polícia federal que procuravam documentos de defesa classificados citados num artigo sobre as actividades dos serviços secretos australianos.

Acompanhados de dois peritos informáticos, os agentes revista à casa durante cinco horas, exibindo um mandado de busca que acusava Dorling de violar a lei por ter comunicado informação confidencial do governo. No final, apreenderam um portátil, o disco rígido de um outro computador, vários documentos e uma cópia do “Canberra Times” de 14 de Junho, data em que saiu o artigo.

O editor do jornal, Peter Fray, criticou esta “acção ultrajante contra a liberdade de imprensa”, uma vez que Philip Dorling “estava a fazer o seu trabalho – o trabalho de qualquer jornalista – que é revelar a verdade”.

Também as organizações Repórteres Sem Fronteiras e Australia’s Right to Know condenaram o raide policial por ser um claro “ataque ao sigilo profissional dos jornalistas, um dos pilares da liberdade de imprensa” e porque “não há provas de que a informação divulgada ponha em risco a segurança nacional”, lamentando que este caso ocorra sob um governo que prometera reforçar a protecção dos jornalistas.

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