Esta quarta-feira não chegou às bancas a revista Caras. É o primeiro título da Trust in News, no mínimo, atrasado pela greve de trabalhadores que se iniciou na semana passada, que continua a mobilizar a maioria das pessoas a trabalhar na TiN.
Com uma adesão à paralisação elevada e contínua, as redações recusam manter o normal funcionamento de uma empresa que não garante condições mínimas a quem emprega. A uma semana de ter de pagar os salários de junho, a administração ainda não transferiu 75% dos vencimentos de maio, para além de ter em dívida subsídios de refeição e de férias. Sem ordenado, não há trabalho. Na TiN, tem sido exigido um esforço injusto às redações, que há um ano e meio tentam manter vivas várias revistas apesar da sangria contínua de profissionais e da instabilidade financeira a que tem sido votado quem fica, no decurso de um longo processo de insolvência.
Para além da Caras, a Trust in News tem 16 títulos incluindo a Visão, a Activa e a Exame. É impossível cumprir o compromisso de um órgão de comunicação social com quem o lê sem dar a cada publicação condições para operar. Se em plena greve saírem algumas revistas, ficará claro para quem as comprar que estes títulos históricos não sobrevivem sem dar condições aos jornalistas para trabalhar. Com a redação em protesto, qualquer papel que se imprima servirá apenas como memória do que foram as publicações nas mãos da Trust in News, e do que podem ser com investimento sério.
As redações em greve exigem um plano realista para a sustentabilidade da TiN, e a injeção de capital pelo sócio único Luís Delgado para a estabilização das contas. O Sindicato dos Jornalistas apela à solidariedade de todos os que estão empregados na Trust in News: juntem-se ao protesto dos vossos camaradas.