Campanha pela liberdade de expressão no Norte de África

O Comité dos Escritores na Prisão do PEN Internacional (WiPC) está a lançar uma campanha, de 1 a 12 de Setembro, com vista à liberdade de expressão nos países francófonos do Norte de África: Argélia, Marrocos e Tunísia.

A organização diz-se “seriamente preocupada com a repressão continuada da liberdade de expressão de escritores e jornalistas” naqueles países. De acordo com o Comité, os escritores argelinos continuam a ser arbitrariamente impedidos de exercer o seu trabalho, e em Marrocos e na Tunísia a liberdade de expressão tem vindo a ser gradualmente restringida após os atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos.

O Comité salienta as “medidas draconianas” que foram tomadas contra o ciber-jornalista tunisino Zouhair Yahyaoui, acusado em 2002 de difundir informação falsa e de uso não autorizado da Internet.

Em Marrocos o Comité mostra-se preocupado com a situação de Ali Lmrabet, Mustapha Alaoui, Mohammed el Hourd, Abdelmajid Ben Taher e Mustapha Kechnini, jornalistas condenados a penas entre um e três anos de prisão.

Entretanto, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou uma nova sentença que decreta nove meses de prisão para Abdallah Zouari, que já esteve 11 anos encarcerado, e exige a libertação imediata do jornalista, há mais de dez dias em greve da fome.

A RSF diz ainda não estar surpreendida com os abusos exercidos contra o jornalista pelo regime autoritário do presidente Zine el-Abidine Ben Ali.

O jornalista, de 46 anos, que trabalhava para o “Al Fajr”, uma publicação do movimento de oposição islâmica Ennahda, foi libertado em Junho de 2002 e obrigado a viver em Zarzis, longe da sua família, que reside em Tunis.

Todavia, a 29 de Agosto passado voltou a ser detido por, alegadamente, “ter desobedecido a uma ordem administrativa”. De salientar que já em Julho deste ano o jornalista fora condenado a quatro meses de prisão por “difamação”, após queixar-se de ter sido impedido de utilizar um cibercafé em Zarzis.

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