Camarões encerram mais uma emissora

Forças policiais camaronesas entraram a 28 de Fevereiro nas instalações da Magic FM, em Yaoundé, e confiscaram vários equipamentos, colocando a estação fora do ar durante um programa de antena aberta onde os ouvintes estavam a tecer duras críticas ao gove

Este encerramento sumário – levado a cabo sem qualquer mandato judicial – é o terceiro no espaço de uma semana, depois de terem sido proibidas as emissões da Equinoxe Télévision e da Radio Equinoxe, por alegado incumprimento de procedimentos legais.

“Não cabe às forças de segurança policiar as ondas hertzianas”, afirmou o director-executivo do Comité para a Protecção dos Jornalistas, Joel Simon, classificando a acção das autoridades como “um acto de intimidação contra a Magic FM que expõe a tentativa do governo em conduzir a imprensa à autocensura” no que respeita à cobertura de críticas ao executivo.

De acordo com declarações do chefe de redacção da rádio, Roger Kiyeck, a estação foi acusada de “fazer transmissões irresponsáveis” e incitar a um ambiente tenso, por ter permitido que ouvintes anónimos interviessem para criticar um breve discurso à nação do presidente sobre confrontos de rua entre manifestantes e a polícia que fizeram 17 mortos a 23 de Fevereiro.

Segundo jornalistas locais citados pelo CPJ, ao mesmo tempo que se processava esta incursão policial na Magic FM, o ministro da Comunicação, Jean-Pierre Biyiti Bi Essam, convocou representantes dos média nacionais para os aconselhar a moderar o tom da cobertura dos eventos.

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