Bush ameaça despedir fonte do caso Plame

Qualquer pessoa culpada do crime de revelar o nome de um agente da CIA (Central Intelligence Agency, serviços secretos externos norte-americanos) será despedida da administração Bush, garantiu a 18 de Julho o presidente norte-americano.

“Se alguém cometeu um crime, não trabalhará mais na minha administração”, declarou George W. Bush, em conferência de imprensa na Casa Branca, citado pela Lusa. Bush comentava o facto de Matthew Cooper, repórter da revista norte-americana “Time”, ter revelado a 17 de Julho que o conselheiro político do presidente, Karl Rove, foi a primeira pessoa a falar-lhe da mulher de um embaixador que trabalhava para a CIA.

O caso está a ser investigado, cabendo agora ao procurador especial Patrick Fitzgerald determinar, até Outubro próximo, se existe ou não crime.

Recorda-se que a identificação de Valerie Plame como agente da CIA deu lugar a um verdadeiro braço de ferro entre os tribunais e os média nos EUA sobre a questão da protecção das fontes. A “Time” acabou por ceder, ao contrário do diário “The New York Times”, que juntamente com a sua jornalista Judith Miller optou por defender o direito ao sigilo. Miller, que não chegou a escrever uma linha sobre o caso Plame, está a cumprir uma pena de prisão por recusar identificar a sua fonte.

Valerie Plame é casada com o diplomata Joseph Wilson, que num artigo de opinião publicado no diário “The New York Times”, depois de revelada a identidade da sua mulher, manifestou a convicção de que a fuga de informação foi uma represália da administração Bush por ele ter acusado a Casa Branca de manipular as informações fornecidas pelos serviços secretos sobre as armas de destruição maciça iraquianas para justificar a ofensiva militar contra o Iraque, em 2003.

Partilhe