Brasil sai da lista de impunidade do CPJ

As recentes condenações de assassinos de jornalistas no Brasil levaram à sua remoção do Índice de Impunidade, uma lista elaborada anualmente pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) na qual figuram países onde os governos se revelam incapazes de resolver os homicídios de profissionais de informação.

No país, ainda há quatro assassinatos de jornalistas por punir, mas, como a lista do CPJ apenas inclui no “ranking” nações com um mínimo de cinco casos por resolver nos últimos dez anos, o Brasil abandonou a lista negra, da qual fazem parte 12 estados.

Em termos absolutos, a liderança pertence ao Iraque (88 mortes por punir), seguindo-se as Filipinas (55), a Rússia (18), a Colômbia (13), o Paquistão (12), o Sri Lanka (10), a Somália e o México (9), o Afeganistão, o Bangladesh e a Índia (7) e o Nepal (6).

Em termos estatísticos – fazendo a divisão dos casos pela população total do país –, o Iraque mantém-se na frente, seguido da Somália, das Filipinas, do Sri Lanka, da Colômbia, do Afeganistão, do Nepal, da Rússia, do México, do Paquistão, do Bangladesh e da Índia. A Ásia é o continente mais problemático, com oito dos 12 lugares da lista, seguida da América (dois) e da Europa e de África (um cada).

Segundo o CPJ, a “praga” da impunidade tem um efeito muito mais vasto na sociedade como um todo, asfixiando efectivamente o fluxo de notícias e de informação, como demonstram os casos do Sri Lanka, país de onde muitos jornalistas fugiram para o exílio, com medo de serem mortos, ou do México, onde a autocensura está bastante disseminada, a ponto de alguns grandes temas não serem cobertos.

É a terceira vez que o CPJ elabora este “ranking”, que faz parte da sua Campanha Global contra a Impunidade, a qual visa instar os líderes dos países onde a impunidade grassa a agir contra os culpados, dado que “em muitos casos eles foram identificados, simplesmente falta às autoridades a vontade política de os condenar”.

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