Balanços de jornalistas mortos em 2008

Várias organizações de defesa da liberdade de imprensa apresentaram os seus balanços de jornalistas mortos durante o ano de 2008, tendo os valores apresentados variado entre 41 e 104 profissionais assassinados, consoante as metodologias usadas.

A organização que apresentou o valor mais baixo foi o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), que contabilizou 41 jornalistas mortos em ligação directa com o exercício da profissão, estando a investigar outras 22 mortes para aferir se foram, ou não, relacionadas com o trabalho jornalístico. O CPJ refere ainda o assassinato de três trabalhadores dos média, não jornalistas.

Nas contas do CPJ, o país mais perigoso para o exercício da profissão voltou a ser o Iraque (11), sendo o segundo lugar ocupado pelo Paquistão (5), o terceiro pela Índia (4) e o quarto ex-aequo por Geórgia e Tailândia (ambas com 3). Entre os países onde há casos a ser investigados pelo CPJ encontra-se o México (4), o Iraque e as Filipinas (ambos com 3), a Guatemala e a Rússia (com 2 cada).

Com métodos de contagem distintos, o Instituto Internacional de Imprensa somou 56 casos, apresentando o Iraque como o país mais mortífero (13), seguido do Paquistão (5), das Filipinas, da Geórgia e do México (todos com 4), enquanto a Repórteres Sem Fronteiras apontou para 60 profissionais e um assistente dos média mortos ao longo dos 12 meses de 2008.

No seu balanço, a RSF refere que o país mais perigoso foi o Iraque (15 mortos), seguido do Paquistão (7) e das Filipinas (6) e avança com outros dados: 673 jornalistas foram detidos; 929 ameaçados ou atacados fisicamente; 29 raptados; um blogger foi assassinado; 59 outros foram detidos; houve ataques físicos a mais 45; e 1740 sítios de Internet foram bloqueados, encerrados ou suspensos.

Comparando com 2007, os números da RSF apresentam uma melhoria, mas a organização desvaloriza essa evolução dizendo que tal se deve, acima de tudo, ao facto de muitos jornalistas terem abandonado a profissão e de os órgãos de comunicação terem vindo a desaparecer gradualmente de zonas de guerra como a Somália.

Com valores distintos dos da RSF, a Associação Mundial de Jornais (WAN) contou um total de 68 casos de jornalistas mortos, com o Iraque mais uma vez no topo da lista (14), seguido do Paquistão (7), Filipinas e Índia (6) e México, Rússia e Tailândia (4).

Por fim, os valores mais elevados são indicados num relatório conjunto da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e do Instituto Internacional para a Segurança da Imprensa (INSI), que apontam para 104 jornalistas mortos em 2008, uma “quebra significativa após três anos de níveis recorde”.

O Iraque permanece como o país mais mortífero, com 16 mortos, seguindo-se a Índia e o México (10 cada), as Filipinas (8), o Paquistão (7), a Geórgia e a Tailândia (ambas com 4). Na sua grande maioria, os jornalistas têm nacionalidade local e trabalham para órgãos do seu país.

Entre os 104 jornalistas mortos em 2008, a FIJ e o INSI contabilizaram 20 mortes em acidentes, ou seja, os profissionais faleceram no exercício da profissão mas não foram assassinados. Estão também a ser investigados mais quatro casos, para determinar se estão relacionados com o trabalho jornalístico das vítimas.

Durante o mês de Janeiro serão apresentados pelas várias organizações relatórios mais detalhados sobre o tema.

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