Três dezenas de agentes armados e mascarados entraram na noite de 12 de Outubro nas instalações da Radio Proletaria – estação comunitária de Tuxtla Gutiérrez, no estado mexicano de Chiapas –, detiveram seis pessoas e silenciaram a emissora, sem se identificarem ou mostrarem qualquer tipo de mandato.

A denúncia é feita pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que exige explicações oficiais e públicas para este ataque a uma estação associada à Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC).

“A Radio Proletaria estava a emitir numa frequência ilegal? Se sim, porque não ordenaram as autoridades que ela cumprisse as regras, sem recorrer à repressão e à censura?”, questionam a AMARC e a RSF, acusando a procuradoria geral de Chiapas de violar o direito a informar e exigindo a devolução imediata do equipamento roubado das instalações da emissora.

Segundo as duas organizações, a criminalização de rádios comunitárias no México não é novidade, sendo que os métodos usados pelas autoridades de Chiapas para silenciar esta estação fazem lembrar os que foram usados pelo exército e a polícia federal contra a rádio indígena Uékakua, em Janeiro de 2009 no estado de Michoacán.