Autoridades do Irão apertam cerco à imprensa

A condenação de um jornalista a dois anos de prisão, o encerramento de um semanário e a interdição de saída do país imposta a duas jornalistas no Irão mereceram críticas da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), organização que considera que a imprensa e os jornalistas iranianos continuam a ser vítimas de injustiça e perseguidos pelas autoridades.

O jornalista condenado a dois anos de prisão, segundo a RSF, chama-se Kaveh Javanmard, trabalha no semanário “Karfto”, e terá sido julgado em segredo a 17 de Maio, sem direito a advogado, e enviado para cumprir pena num estabelecimento prisional no Norte do país, a mais de 300 quilómetros da casa da sua família.

Bem mais a Sul, a 21 de Maio, funcionários judiciais da província de Sistan-o-Baluchistan entraram nas instalações do semanário ”Ayaran” e encerraram-no por alegada impressão de declarações “não rigorosas” de líderes sunitas, “capazes de inflamar o público” e “espalhar ideias separatistas”.

Por fim, a RSF alertou para o caso de Mehrnoushe Solouki, uma franco-iraniana que está impedida de abandonar o país desde que foi detida a 17 de Fevereiro por filmar familiares de vítimas de violência na década de 1980. Aquando da detenção, a polícia confiscou as notas e o filme da jornalista, reteve-lhe o passaporte e só a libertou a 19 de Março, após o pagamento de uma fiança de 100 milhões de toumen (80 mil euros).

Situação similar afecta também a jornalista iraniano-americana Parnaz Azima, cujo passaporte foi confiscado quando ela chegou ao aeroporto de Teerão no dia 25 de Janeiro e ainda não lhe foi devolvido, o que a impede de abandonar o país. Parnaz Azima já foi interrogada várias vezes por agentes dos serviços secretos, que pretendem que ela colabore com eles.

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