Autoridades da Guiné aterrorizam média

Soldados da Guiné detiveram dois funcionários da FM Liberté, destruíram equipamentos e exigiram que a estação deixasse de emitir, numa acção violenta que levou outras duas emissoras a fechar com receio de represálias similares, noticiou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), frisando que deste modo deixa de haver rádios privadas a funcionar no país.

Instando as autoridades de Conakry a “pararem de aterrorizar os média”, a FIJ apelou à libertação do jornalista Mohamed Tondon Camara e do técnico David Camara, detidos após um programa de antena aberta da FM Liberté em que alguns ouvintes pediam a saída do cargo do presidente Lansana Conté.

Entretanto, o governante declarou a lei marcial na noite de 12 de Fevereiro e disse que o país estava em “estado de sítio” depois dos sindicatos terem apelado à greve geral e mais de uma dezena de pessoas ter sido morta em confrontos.

De acordo com o decreto presidencial, a autoridade militar “tem o direito de tomar as medidas adequadas para garantir o controlo da imprensa e das publicações de qualquer natureza, bem como dos programas de rádio e de televisão”, podendo ainda controlar a correspondência postal, os telegramas e os telefones.

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