Aumentou a adesão à greve na RTP

A adesão de jornalistas e técnicos aumentou no segundo dia (19 de Abril) de paralisação no Grupo RTP, afectando drasticamente as emissões dos vários canais da RTP. Além de elementos das Direcções e das chefias, apoiados por pessoal contratado à tarefa, é muito escasso o número de trabalhadores da empresa que está ao serviço, segundo os sindicatos que convocaram a greve.

A paralisação em defesa de um Acordo Colectivo de Trabalho justo tem afectado, sobretudo, os serviços informativos, o que levou os jornalistas e demais trabalhadores da empresa a entregarem um abaixo-assinado ao Governo e ao Presidente da República, no qual afirmam não se reverem “na medíocre qualidade da informação que está a ser emitida na RTP, RTPN, Dois, RTP Açores e RTP Madeira”.

Acrescentam os signatários “que os padrões do serviço público de televisão, pedidos pela RTP, não estão a ser respeitados, pelo que solicitam a intervenção urgente da tutela, no sentido de evitar que o esforço de todos ao longo de muitos anos, seja posto em causa por alguns”.

Madeira sem produção regional

Segundo os sindicatos dos Jornalistas, dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual e dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual, na Madeira o aumento da adesão à greve inviabilizou totalmente a programação regional, que foi substituída pelo sinal da emissão nacional.

Nos Açores, mantém-se a situação do dia 18, com a programação regional substituída pelo sinal da emissão nacional.

Nas oito delegações regionais do Continente a adesão à greve é total em cinco (Viana do Castelo, Viseu, Coimbra, Évora e Faro) e parcial na de Bragança.

Em Lisboa e Porto a adesão é quase total e o programa informativo da manhã do Canal 1 “Bom Dia Portugal” também não foi emitido no dia 19, apesar dos esforços da empresa para o pôr no ar.

Os trabalhadores em greve voltam a concentrar-se à porta das instalações da RTP, em Lisboa e no Monte da Virgem, a partir das 9 horas de 20 de Abril, último dia de greve.

Apoios da PSP e da PT

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Portugal Telecom (PT) manifestou o seu apoio aos trabalhadores em greve.

A CT da PT faz votos de que a greve seja “coroada de êxito e que possa servir de exemplo e estímulo para que os trabalhadores portugueses resistam, com convicção, à grande ofensiva que está a ser feita a pretexto do Código do Trabalho, no sentido de lhes retirar e/ou diminuir os direitos”.

Também a Direcção Distrital de Faro do Sindicato dos Profissionais de Polícia – STP/PSP expressou a sua solidariedade, exortando os trabalhadores da Rádio e Televisão de Portugal “a não baixarem os braços na conquista” de novos direitos e “pela manutenção de outros há muito adquiridos”.

O sindicato salienta “as penosas condições em que, por diversas vezes”, os trabalhadores da RTP “desenvolvem as suas actividades em prol de uma opinião pública informada com rigor e isenção”.

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