Aumentam ataques a jornalistas no Haiti

O crescente número de ataques violentos a jornalistas e a estações de rádio no Haiti, fruto da insurreição contra o presidente Jean-Bertrand Aristide, está a preocupar o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

A 21 de Fevereiro, um homem não identificado disparou dois tiros sobre Pierre Elicème, director e proprietário da “Radio Hispagnola”, na cidade de Trou du Nord, atingindo-o no pescoço. Segundo declarações de um médico ao CPJ, este ataque deixou o jornalista paralítico.

Pierre Elicème, que foi alvejado quando conduzia em direcção à cidade de Cap-Haïtien, agora controlada por grupos armados que se opõem ao governo, era também correspondente da “Radio Métropole” e já recebera ameaças, sendo acusado pelos adeptos do governo de trabalhar para a oposição.

Já a 22 de Fevereiro, foram incendiadas a “Radio Hispagnola”, as instalações da “Radio Afrika” e da “Radio Télé Kombit”, enquanto dois dias antes diversos jornalistas locais e estrangeiros, entre repórteres e operadores de câmara, foram agredidos durante a cobertura de uma manifestação estudantil em Port-au-Prince, tendo alguns visto o seu material confiscado.

O clima que se vive no país fez com que as “Radio Sans-Souci” e “Radio Cap-Haïtien” tenham deixado de emitir no início de Fevereiro, após ameaças constantes, e levou Guyler Delva, presidente da Associação dos Jornalistas Haitianos, a deixar o alerta de que, neste momento, nem os jornalistas nacionais nem os correspondentes têm segurança para trabalhar.

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