Atentados contra jornalistas matam na América Latina

O dono de um jornal no Brasil, um apresentador de televisão na Colômbia e a filha adolescente – e grávida – de uma jornalista de TV na Colômbia foram mortos em atentados perpetrados por indivíduos armados, mostrando que a América Latina continua a ser uma região perigosa para a classe.

A 14 de Dezembro, ao chegar ao seu local de trabalho em Bezerros, no nordeste de Pernambuco, José Givonaldo Vieira foi interceptado por três indivíduos que o alvejaram no peito e na nuca, provocando ferimentos aos quais o dono do jornal “Folha do Agreste” e da Rádio Bezerros FM não resistiu, deixando mulher e dois filhos.

A polícia suspeita de que o crime terá sido encomendado e está a investigar o caso, oferecendo inclusivamente recompensas em dinheiro para qualquer informação que permita chegar aos criminosos, depois de Eduardo Campos, governador do estado, ter apelado a uma investigação exaustiva e garantido que o caso não será arquivado enquanto os culpados não forem punidos.

Na Colômbia foi Harold Humberto Rivas Quevedo, apresentador de um programa comunitário exibido no canal televisivo CNC Buga e conhecido por criticar a administração local, quem foi vítima dos disparos de um desconhecido, que se pôs em fuga numa motocicleta.

Segundo Celso Schroeder, presidente da Federação de Jornalistas da América Latina e Caraíbas (Fepalc), este foi o sétimo jornalista colombiano assassinado em 2009, “um número alarmante e que põe em causa as autoridades que pretendem publicitar internacionalmente a Colômbia como um modelo de segurança para jornalistas”.

Por fim, nas Honduras, um atentado alegadamente dirigido à comentadora televisiva Karol Cabrera matou a sua filha Catherine, de 16 anos, que se encontrava grávida de oito meses e conduzia o carro da mãe em Tegucigalpa, a 15 de Dezembro. O bebé conseguiu ser salvo pelos médicos.

Apresentadora de programas informativos e de comentário no Canal 54, no Canal 8 e na Radio Cadena Voces, Karol Cabrera é, de acordo com a Associated Press, conhecida por ter apoiado o governo resultante do golpe de estado de Junho. O presidente interino Roberto Micheletti culpou a Frente de Resistência Nacional pelo homicídio, mas a organização rejeitou qualquer envolvimento no crime.

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