A sede do diário ateniense “Apogevmatini” foi atacada, a 2 de Outubro, por 20 indivíduos mascarados que lançaram “cocktails” Molotov contra o edifício, naquele que foi o terceiro atentado contra jornalistas gregos em menos de um mês, em cuja origem está o desmantelamento do grupo terrorista 17 de Novembro.
Partidários daquela organização, responsável por 23 assassinatos de personalidades gregas e estrangeiras, desde 1975, entendem que os média estão a ser parciais na cobertura das operações visando a respectiva destruição.
A situação está a preocupar a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). “O recurso à violência contra jornalistas é sempre injustificado. A polémica sobre a cobertura mediática do desmantelamento do grupo terrorista 17 de Novembro deve manter-se nos limites do debate. Os que acusam a Imprensa de ser parcial podem colocar o problema através das vias democráticas”, disse o secretário-geral da RSF, Robert Ménard.
O ataque contra o diário “Apogevmatini” não atingiu nenhum dos jornalistas que trabalhavam na redacção, mas várias viaturas arderam, devido aos “cocktail” Molotov. Os atacantes, que aparentavam ser militantes anarquistas, fugiram antes da chegada da polícia.
O antigo proprietário do “Apogevmatini”, Nikos Momfertos, foi assassinado, em 1985, por militantes do 17 de Novembro e o jornal tem tomado abertamente posição contra o grupo terrorista.
A 26 de Setembro, foram atacados jornalistas que cobriam uma marcha de protesto até à embaixada norte-americana em Atenas. Os manifestantes destruíram uma carrinha da estação privada de televisão Mega. Um jornalista e dois técnicos foram feridos sem gravidade. Vários fotógrafos e «cameramen» ficaram com o seu material destruído.
A 13 de Setembro, também em Atenas, cerca de 30 alegados militantes anarquistas agrediram jornalistas de televisão que estavam a recolher imagens em frente à residência de Ionas Kourtovic, a advogada de dois presumíveis membros do 17 de Novembro. Os agressores acusaram os jornalistas de não serem imparciais, atacaram-os e conseguiram fugir antes da chegada das autoridades.
