Sete jornalistas iranianos foram detidos a 29 de Janeiro após a publicação no semanário regional “Tammadon-e Hormozgan” de um artigo satírico em que comparavam a Revolução Islâmica de 1979 no Irão e a ascensão do Ayatollah Khomeini ao VIH/SIDA e apresentavam o presidente Ahmadinejad como a personificação actual da doença.
A principal acusada no caso parece ser a jornalista e escritora Elham Afroutan, apesar de fontes do Comité dos Escritores na Prisão (WiPC) do PEN Internacional – que denunciou o caso – dizerem que o texto foi escrito sob pseudónimo por alguém fora do Irão e publicado na Internet, de onde os jornalistas o retiraram para encher um espaço na secção de saúde do seu jornal satírico.
Segundo a Amnistia Internacional, os jornalistas foram detidos na cidade de Bandar Abbas, na província de Hormozgan, depois da edição em que saiu o texto polémico ter causado manifestações e ataques populares às instalações do jornal, que chegaram mesmo a ser incendiadas.
O caso foi posteriormente levado perante a Procuradoria de Teerão e o Ministério da Cultura e da Orientação Islâmica, tendo este último optado por suspender o jornal após a detenção dos jornalistas, acusando a publicação de violar a lei de imprensa iraniana.
Desconhecem-se eventuais acusações formais contra os jornalistas e não há notícias de que estes tenham tido acesso a advogados, visitas de familiares ou cuidados médicos.