O jornalista marroquino Alí Lmrabet foi ontem hospitalizado de urgência devido ao estado de debilidade provocado pela greve da fome que iniciou em 6 de Maio. Ali Lmrabet foi encarcerado no dia 21, na prisão de Salé, próximo de Rabat, imediatamente após ter sido condenado por “injúria ao rei”.

O seu médico, citado pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), disse que o jornalista, desde anteontem “que não pode beber, vomita tudo.Tem dificulades em falar e não pode mover-se”.

“Estamos terrivelmente preocupados. Alí Lmrabet deve permanecer hospitalizado durante algum tempo”, disse Robert Ménard, secretário-geral da RSF. “O poder marroquino é responsável pela saúde do jornalista. Teria uma grande responsabilidade caso acontecesse algo de fatal. O rei não pode permanecer indiferente ao que acontece a Alí Lmrabet. Hoje, mais do que da liberdade de imprensa, trata-se da vida de um homem”, acrescentou.

Alí Lmrabet foi condenado a quatro anos de prisão, à proibição das duas publicações que dirigia e ao pagamento de uma multa de 20.000 dirhams (cerca de 2.000 euros) por “desacato à pessoa do Rei”, “atentado contra o regime monárquico” e contra “a integridade territorial”.

Alí Lmrabet iniciou a greve de fome em 6 de Maio para “fazer valer os seus direitos”, “fazer cessar as repetidas intimidações contra o seu impressor e outros dispostos a imprimir os seus jornais” e pedir respeito pela sua liberdade de circulação.