Ao início da manhã de quarta-feira, 4 de Julho, o jornalista britânico Alan Johnston foi libertado, após 114 dias, praticamente quatro meses, como refém de um grupo armado em Gaza.

Em declarações proferidas na casa de Ismael Haniyeh, antigo primeiro-ministro palestiniano e líder do Hamas, Alan Johnston agradeceu todo o trabalho dos palestinianos, do governo britânico, da BBC e de todos os ouvintes da estação em prol da sua libertação, e revelou que não foi torturado e que “muitas vezes sonhava que estava livre, mas quando acordava continuava no mesmo quarto”.

Organizações como a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), o Sindicato de Jornalistas Palestinianos, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) congratularam-se com a libertação e dizem esperar que as autoridades palestinianas localizem e levem perante a justiça os responsáveis pelo rapto, para impedir o alastrar da sensação de impunidade para quem rapta jornalistas e assim impedir ataques futuros.

A libertação do correspondente da BBC terá sido possível devido à intervenção de clérigos muçulmanos e a negociações com vista à troca de prisioneiros entre o Hamas e o grupo Exército do Islão, apontado como autor do rapto.

De acordo com estatísticas compiladas pelo Instituto Internacional para a Segurança da Imprensa (INSI), há em todo o mundo pelo menos 29 jornalistas que continuam reféns.