Absolvidos polícias suspeitos de auxiliar fuga de assassino de jornalista

Os sete polícias julgados por alegadamente terem facilitado a fuga da cadeia de Aníbal dos Santos Júnior, indiciado na morte do jornalista moçambicano Carlos Cardoso, foram absolvidos no passado dia 29 de Setembro, pelo Tribunal Judicial de Matola, por falta de provas.

Os sete agentes sempre se haviam proclamado inocentes e alguns observadores afirmam que, durante o julgamento, “nunca foi possível produzir provas materiais que sustentassem uma condenação”, pelo que a absolvição era o desfecho mais previsível. Outras fontes argumentam que a comissão de inquérito que investigou o caso pouco fez para descobrir os verdadeiros envolvidos no crime.

Os sete membros da polícia moçambicana começaram a ser julgados a 12 de Agosto do corrente ano, por alegadamente terem facilitado a fuga de Aníbal dos Santos Júnior da cadeia de segurança máxima de Machava, em Maputo, em Setembro de 2002.

A 31 de Janeiro de 2003, o foragido foi condenado à revelia a 28 anos de prisão, após o Tribunal concluir que tinha sido autor moral e material da morte do jornalista. Aníbal dos Santos Júnior viria, horas após a leitura da sentença, a ser recapturado na África do Sul.

Carlos Cardoso era editor e proprietário do agora extinto jornal “O Metical”, distribuído via fax, e foi morto em Novembro de 2000.

O jornalista moçambicano era conhecido pela investigação do roubo, em 1996, de 14 milhões de dólares do Banco Comercial de Moçambique, tendo acusado várias personalidades ligadas ao poder – entre as quais um ex-procurador-geral, um ex-ministro e o filho do presidente Joaquim Chissano – de estarem envolvidas no caso.

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