Abaixo-assinado contra a “perseguição censória” ao “Notícias da Amadora”

A Associação dos Amigos do “Notícias da Amadora” lançou um abaixo-assinado contra a “perseguição censória” por parte da Câmara Municipal da Amadora, que “utiliza a publicidade institucional como um instrumento de condicionamento da orientação editorial” do semanário.

Na petição, que será enviada à Subcomissão de Direitos Fundamentais e Comunicação Social da Assembleia da República, os signatários destacam que nos 47 anos de vida do “Notícias da Amadora”, o título tem sido discriminado pelo Estado, pois organismos da tutela da Saúde, Ensino, Finanças, Justiça ou Emprego, e até o Tribunal da Amadora, optam por colocar em exclusivo a sua publicidade nos jornais de Lisboa.

Porém, mais grave é a situação relativamente à autarquia presidida por Joaquim Raposo, que tem recorrido sistematicamente, desde 1998, à redução ou suspensão da publicidade no jornal sempre que as notícias não lhe agradam.

Esta “economia de coerção” foi agravada em Outubro de 2005, com a recusa da Câmara em inserir anúncios na edição do 47.º aniversário do título – o que aconteceu pela primeira vez desde a criação do município e contrasta com a atitude de outras autarquias que se associaram à efeméride – e em publicitar no jornal a inauguração do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, ao qual o semanário dedica todos os anos reportagens e entrevistas.

“A actuação reincidente da autarquia e estes casos mais recentes atestam que a Censura não é um fenómeno do passado. Hoje deixou de usar o lápis azul, para passar a exercer-se pelo corte sistemático da publicidade e pelo estrangulamento financeiro de empresas detentoras de publicações que tenham uma orientação editorial alternativa ao pensamento único”, lê-se neste abaixo-assinado que pretende levar o parlamento a interpelar Joaquim Raposo e a analisar situações como a do “Notícias da Amadora”, que não serão únicas no panorama da imprensa regional.

Os primeiros subscritores do documento – que já conta com cerca de meio milhar de assinaturas – foram os escritores Urbano Tavares Rodrigues e Alice Vieira, a eurodeputada Ilda Figueiredo, os economistas Herberto Goulart, José Alberto Pitacas e Sérgio Ribeiro, os professores universitários Carlos Silva Santos, Fernando Belo, Fernando Correia, Mário Murteira, Mário Beja Santos e Teresa Joaquim, a jornalista Eugénia Cunhal, o vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas José Luiz Fernandes, o actor Morais e Castro, os sindicalistas Ulisses Garrido, Deolinda Machado e Arménio Carlos, o gerente comercial António Borges, o bancário reformado Vasco Marques, e ainda Orlando César e Maria Luísa Gonçalves, do “Notícias do Amadora”.

Para subscrever o abaixo-assinado, basta escrever uma mensagem dirigida a amigosna@netcabo.pt, em que diga “subscrevo o abaixo-assinado contra a Censura ao Notícias da Amadora”, com o nome e profissão.

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