A exceção deve passar a ser regra

Sindicato dos Jornalistas insta Conselho de Administração da RTP a adotar o mesmo critério de gestão para todos os trabalhadores.

Numa altura em que várias dezenas de jornalistas esperam uma resposta da empresa sobre o descongelamento ou a progressão na carreira que se mantém, em muitos casos, parada há 10, 15 ou 20 anos (que não se pode confundir com uma reposição de direitos, em resultado do Orçamento do Estado);
Numa altura em que dezenas de jornalistas precários aguardam o reconhecimento do seu vínculo à empresa, perante uma postura de bloqueio e total desconsideração por parte da Administração da RTP, que se recusa, nomeadamente, a cumprir as decisões judiciais favoráveis aos trabalhadores que resultaram da inspeção da ACT;
Numa altura em que toda e qualquer aspiração negocial por parte dos sindicatos é fortemente limitada pelo Conselho de Administração da RTP com o argumento de que “não há margem financeira”:
O Conselho de Administração da RTP, liderado por Gonçalo Reis, decidiu recorrer a um pedido de exceção para fazer duas contratações externas para a Direção de Informação da RTP.
Não estão em causa as escolhas desta, ou de qualquer outra, Direção de Informação, nem o desempenho profissional ou o mérito curricular das duas pessoas contratadas.
No entanto, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) não pode deixar de manifestar perplexidade perante esta desigualdade de critérios na gestão do serviço público de rádio e televisão.
Trata-se de defender os direitos e a justiça que é devida a todos os trabalhadores, denunciando más práticas do Conselho de Administração da RTP.
Trata-se, também, de exigir explicações ao Governo, nomeadamente ao Ministério da Cultura, sobre a desigualdade de critérios aplicados às contratações para o serviço público e sobre a sua própria desigualdade de posições face ao assunto – esta não é a primeira vez que a atual Administração da RTP recorre a pedidos de exceção para fazer contratações externas.
O Sindicato dos Jornalistas tem manifestado preocupação, em diversas ocasiões, quer junto da Administração da RTP, quer junto dos grupos parlamentares e da tutela, face à depauperização dos recursos humanos e técnicos que asseguram o serviço público de rádio e televisão.
O SJ alerta, mais uma vez, para o ambiente de crescente insatisfação e injustiça entre os trabalhadores, precários e do quadro, que asseguram todos os dias a prestação do serviço público de rádio e televisão.
O SJ insta, por isso, o Conselho de Administração da RTP a adotar o mesmo critério de gestão para os jornalistas mal enquadrados na carreira e com vínculos precários, que esperam uma resposta positiva da empresa há demasiado tempo.
O SJ apela ainda às Direções de Informação do serviço público de rádio e televisão que façam por garantir a igualdade de tratamento e oportunidades dos jornalistas sob sua tutela e usem dos seus bons ofícios junto do Conselho de Administração para resolver as situações de injustiça que persistem na RTP.
A Direção

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