Violência contra jornalistas no noroeste da China

Motins em Urumqi, capital da região autónoma de Xinjiang, no noroeste da China, afectaram equipas de jornalistas que faziam a cobertura dos acontecimentos, sendo um dos casos mais preocupantes o ataque de manifestantes armados a sete jornalistas e dois motoristas do “China Daily”, a 8 de Julho.

De acordo com vários jornais chineses, as duas equipas de reportagem do diário, propriedade do Partido Comunista Chinês, foram emboscadas por mais de uma centena de pessoas não identificadas que empunhavam facas longas, barras de ferro e martelos. Um dos motoristas sofreu ferimentos nas mãos.

“Existe uma preocupação generalizada com o número de mortos e a escalada de violência em Xinjiang, sobretudo porque familiares, amigos e colegas de pessoas que estão na região não são capazes de aceder a informação sobre a situação”, afirmou o secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Aidan White.

Desde que os motins começaram, a 5 de Julho, dias após a morte de dois operários de etnia uigur na sequência de uma luta com operários de etnia han, o governo local passou a limitar ou impedir o acesso aos sítios www.tianshannet.com.cn e www.wlmqwb.com e a redes sociais como o Facebook ou o Twitter.

A 6 de Julho, o Departamento Central de Propaganda emitiu uma ordem de bloqueia de todos os artigos e mensagens sobre os motins, e todas as referências online a violência foram eliminadas, excepto a informação transmitida pela agência noticiosa oficial Xinhua.

Discordando desta política, a FIJ apela às autoridades chinesas para que garantam que todos os jornalistas têm acesso seguro aos locais dos acontecimentos e podem transmitir informação sobre os motins.

Partilhe