82 jornalistas exilaram-se só no último ano

Durante o último ano, uma média mensal de sete jornalistas abandonou o seu país sobretudo devido a ameaças de violência ou de morte, revela um estudo do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) intitulado “Jornalistas no exílio” e conduzido pelas repórteres Elisabeth Witchel e Karen Phillips.

Os casos mais preocupantes são o Iraque, com 22 casos, a Somália, com 21, e o Chade, com 14, três territórios afectados por conflitos internos. Com quatro casos ou menos, seguem-se Eritreia, Etiópia, Gâmbia, Camarões, Quénia e Ruanda (em África), Sri Lanka, Afeganistão, China, Irão e Uzbequistão (na Ásia) e Cuba, México e Colômbia (na América Latina).

De acordo com o CPJ, entre Junho de 2007 e Junho de 2008, houve 51 jornalistas a abandonar a sua terra natal devido a ameaças de violência ou de morte, enquanto 19 fugiram em virtude de assédios das autoridades e 12 cruzaram as fronteiras para não ir parar à prisão.

Os dados estatísticos recolhidos pelo CPJ nos últimos sete anos mostram que poucos jornalistas regressam às suas pátrias após o exílio, sendo a percentagem dos retornados de apenas 14 por cento. Outro dado importante é que a vasta maioria dos exilados, cerca de 70 por cento, não fica a trabalhar no sector dos média, em parte devido à falta de oportunidades, mas também em virtude de barreiras linguísticas.

Os Estados Unidos são quem mais jornalistas refugiados tem acolhido desde 2001 (97), seguidos do Reino Unido (25), do Quénia (23), da Suécia e do Canadá (ambos com 21). O país que forçou mais repórteres ao exílio nos últimos sete anos foi o Zimbabué (48), seguido do Iraque (38), da Etiópia (37), da Somália (24) e da Eritreia (23).

Este estudo foi tornado público antes do Dia Mundial dos Refugiados, que se celebra a 20 de Junho, para que se aproveite esta ocasião para abordar a questão, que afecta quase trezentos profissionais em todo o mundo.

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