“Media e Jornalismo” dedica número às relações entre crianças e média

Dezoito anos após a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, a revista “Media & Jornalismo” dedica o seu número 11 ao tema “Crianças e Media: Pesquisas e Práticas”, estando o lançamento da publicação agendado para segunda-feira, 5 de Novembro, na

Editada pela MinervaCoimbra e pelo Centro de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ), esta edição da revista conta com artigos que visam alargar o âmbito das considerações sobre crianças e média, apresentando não só os contextos da globalização e da individualização que marcam as sociedades em que vivemos, mas também os olhares culturais sobre os mais novos e dos mais novos.

A revista abre com um artigo de David Buckingham e Liesbeth de Block sobre crianças migrantes, novos média e limites dessa relação, seguindo-se um texto do brasileiro Guilherme Canela de Souza Godoi, da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), que recorre a teorias do jornalismo, como o agenda-setting, para discutir as características da cobertura de “políticas públicas sociais”.

O terceiro artigo, assinado por Cristina Ponte, aborda a cobertura jornalística de crianças no “Público” e no “DN” em 2000 e 2005, enquanto o quarto, da autoria de Maria João Malho, Isabel Pato e Vítor Tomé analisa o lugar das notícias na vida das crianças. Ambos são resultado de investigações integradas no Projecto Crianças e Jovens em Notícia.

Segue-se novo artigo oriundo do Brasil, este escrito por Eliane Medeiros Borges e que analisa uma “nova configuração da infância, construída a partir de uma lógica do consumo”, ao passo que Teresa Paixão, coordenadora do Gabinete de Programas Infantis da RTP2, revela a complexidade de fazer um programa infantil simples e acessível, mantendo o respeito pelas crianças em idade pré-escolar como público de televisão, mais do que como mera audiência.

Por seu turno, Catarina Tomás, do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho, enfatiza as questões da cidadania à luz da Sociologia da Infância, propondo uma educação “na cidadania” em vez de “para a cidadania”. A revista termina com as habituais recensões sobre livros recentes, com especial destaque para estudos sobre o jornalismo português, a sua história e o seu presente.

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